sábado, 14 de novembro de 2009

Reflexão sobre o 2º módulo do Curso de Formação


Passado mais de um mês, os ânimos voltaram acercados de preocupações. A percepção da prática misturou-se com a certeza de que no próximo ano lectivo, o novo programa modelará as novas práticas pedagógicas.

O 2º módulo trouxe maior espaço à discussão de ideias e investiu na partilha de experiências realizadas. Um estudo da Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular desperta para as diferenças entre os actuais e os novos programas. Um capítulo dedicado à avaliação da escrita consciencializa-me para a fundamental diferença entre eles - os actuais programas colocam a tónica no produto, enquanto que os Novos Programas colocam-na no processo. O confronto entre dois modelos de correcção desnuda as fragilidades dos actuais programas: a inflexibilidade da norma, a correcção como reparação do insuficiente.
À semelhança do que foi dito no 1º módulo sobre a importância da Expressão Oral, também a Escrita surge como um "movimento" processual. As etapas de planificação e revisão tornam-se um trabalho colaborativo entre o professor e o aluno. Assim sendo, a correcção da escrita é entendida como uma revisão e melhoria do texto. A valorização deste tipo de «oficina de escrita» promove a lógica processual, indo ao encontro dos fundamentos teóricos do próprio programa. Uma vez mais, a aquisição de conhecimentos estabelece-se por «patamares» - princípio norteador da nova gestão curricular - «a boa consecução [...] depende da valorização do princípio da progressão, à luz da noção de que o processo de ensino e aprendizagem do idioma progride por patamares sucessivamente consolidados. De acordo com esta noção, a aprendizagem constitui um "movimento" apoiado em aprendizagens anteriores; [...]».
Ora, é neste sentido que se promove a articulação entre ciclos, admitindo que o desenvolvimento do currículo é contínuo e que a complexificação se opera de nível para nível. Neste seguimento, surgem os exercícios de anualização das competências, operacionalizando-se os pressupostos teóricos do Programa.

Reflexão sobre o 1º Módulo do Curso de Formação

O Curso de Formação «Implementação do Novo Programa de Português para o Ensino Básico» iniciou-se no dia 1 de Outubro, prosseguindo até ao dia 2 do mesmo mês, entre as 09h00m e as 17h00m, sensivelmente.
Após uma sessão de abertura, os formadores apresentaram o novo Programa de Português à assembleia presente. Despertei para a necessidade de apreender a contextualização deste novo Programa, cuja tónica, a priori, me pareceu incidir, essencialmente, nas vertentes da Progressão inter-ciclos e da consequente articulação entre os mesmos.
Surge, assim, uma necessidade de reflectir sobre o porquê de tal mudança. A resposta rapidamente surgiu, pois é a partir da observação do próprio devir que as opções programáticas tomam forma.
Inseridos num mundo cada vez mais global e despertos para a consciência da evolução, torna-se imperioso reconhecer no professor, um agente de mudança, um agente do desenvolvimento curricular. Ora, enquanto tal, ele analisa as inúmeras práticas pedagógicas decorrentes dos programas até então vigentes e observa a necessidade de proceder a alterações, de modo a que os novos «documentos programáticos» se tornem, cada vez mais, uma referência no enquadramento educativo, revelando-se uma matriz orientadora na modelização do aluno.
O aluno portador de uma identidade histórica, social, artística, geográfica, cultural, genética e simbólica, ocupa, então, um lugar de destaque nos resultados que a modelização linguística promove.
A língua concebe um património; é factor identitário de um ser e estar cultural. Sendo assim, a preocupação com uma correcta expressão oral, expressão escrita e leitura, estendendo-se inevitavelmente aos domínios da compreensão e do conhecimento explícito da língua, desenha o paradigma dos Novos Programas, definindo as essenciais competências norteadoras de um saber linguístico-comunicativo, no Ensino Português.