Passado mais de um mês, os ânimos voltaram acercados de preocupações. A percepção da prática misturou-se com a certeza de que no próximo ano lectivo, o novo programa modelará as novas práticas pedagógicas.
O 2º módulo trouxe maior espaço à discussão de ideias e investiu na partilha de experiências realizadas. Um estudo da Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular desperta para as diferenças entre os actuais e os novos programas. Um capítulo dedicado à avaliação da escrita consciencializa-me para a fundamental diferença entre eles - os actuais programas colocam a tónica no produto, enquanto que os Novos Programas colocam-na no processo. O confronto entre dois modelos de correcção desnuda as fragilidades dos actuais programas: a inflexibilidade da norma, a correcção como reparação do insuficiente.
À semelhança do que foi dito no 1º módulo sobre a importância da Expressão Oral, também a Escrita surge como um "movimento" processual. As etapas de planificação e revisão tornam-se um trabalho colaborativo entre o professor e o aluno. Assim sendo, a correcção da escrita é entendida como uma revisão e melhoria do texto. A valorização deste tipo de «oficina de escrita» promove a lógica processual, indo ao encontro dos fundamentos teóricos do próprio programa. Uma vez mais, a aquisição de conhecimentos estabelece-se por «patamares» - princípio norteador da nova gestão curricular - «a boa consecução [...] depende da valorização do princípio da progressão, à luz da noção de que o processo de ensino e aprendizagem do idioma progride por patamares sucessivamente consolidados. De acordo com esta noção, a aprendizagem constitui um "movimento" apoiado em aprendizagens anteriores; [...]».
Ora, é neste sentido que se promove a articulação entre ciclos, admitindo que o desenvolvimento do currículo é contínuo e que a complexificação se opera de nível para nível. Neste seguimento, surgem os exercícios de anualização das competências, operacionalizando-se os pressupostos teóricos do Programa.